14 de jun. de 2010

Cinderela negra

Durante 9 semanas desenvolvi no Estágio Curricular o Projeto: Viva as Diferenças, que tinha como objetivo

Conhecer e valorizar, através da ludicidade, a história e cultura afro brasileira.

Nesse período, foram feitas inúmeras atividades envolvendo os temas DIVERSIDADE e CONTRIBUIÇÕES DOS NEGROS
NA NOSSA CULTURA.

Percebi participação e aprendizagem em todas atividades propostas. Na última semana, os alunos ensaiaram com a professora titular um teatro a partir da história O carteiro chegou, para apresentar na escola. Tal texto envolvia diversos personagens dos contos de fada, entre eles, a Cinderela. A professora titular escolheu os personagens, e a B. (uma menina negra) foi escolhida para ser a Cinderela. Uma outra aluna, também desejando este papel, questionou: ela não pode ser a Cinderela, ela é negra!

Na mesma hora falei que qualquer pessoa poderia interpretar qualquer papel, e que todos tinham direitos iguais. Antes de seguir com meu discurso fiquei pensando: o questionamento da aluna até pode ser cabível, pois por toda sua vida conheceu livros que representam a Cinderela como uma moça bonita, magra e loira; do que adiantou trabalhar essa temática, se ao final das 9 semanas ouvi um comentário preconceituoso? Ops .... será que foi um comentário preconceituoso? Trabalhar a lei 10639 na sala de aula não é tarefa fácil. É muito mais que propor atividades de conhecimento da herança negra na nossa cultura.

É estar atento aos olhares, às falas, aos comentários (com ou sem intenção racista), é interferir de forma objetiva e clara quando o aluno diz que menina bonita precisa ser loira, que cinderela não pode ser negra ou pede um lápis cor de pele. A criança aprende aquilo vive, o preconceito não nasce da criança, mas é uma construção histórica social, passado pelos pais, e demais adultos queela convive.

Portfólio de Aprendizagens

O Portfólio de Aprendizagens documenta o seu percurso pessoal de aprendizagens durante o Eixo e o Curso. É com base nesses registros que você construirá as reflexões-sínteses e a apresentação oral para o Workshop de Avaliação. O registro sistemático qualifica, facilita e agiliza o trabalho de auto-avaliação e avaliação das aprendizagens.

As postagens favorecem a avaliação e para isso acontecer elas devem ser densas em conteúdo e análise. Lembrem que as postagens serão importantes se elas contemplarem argumentação forte e evidências concretas, buscadas na vida profissional, pessoal ou estudantil.


(Equipe do Seminário Integrador.)