Ela me questionou se na nossa escola havia esse tipo de gestão.
Custei a responder, porque parece que se a resposta for contrária "não pegaria mutio bem". A gente acaba afirmando viver numa gestão democrática, mas se formos analisar bem a fundo, percebemos que não. E isso não é culpa apenas da equipe diretiva, mas de toda uma cultura já incorporada por toda comunidade escolar.
Acredito que estamos num caminho, onde já há a abertura para a escolha das equipes diretivas, há reuniões onde decisões possam ser tomadas em grupo (mas ainda no grupo de professores), há a participação do CPM e Grêmio Estudantil.
Mas ainda é preciso que as decisões tomadas, mesmo que ainda no grupo de professores, partam da necessidade do todo, e não apenas da visão do próprio umbigo, como infelizmente acontece.
A gestão democrática caracteriza-se pelas relações democráticas dentro da escola, onde a participação de todos, pais, alunos, professores e funcionários deve ser oportunizada, sem condicionar a hierarquia, ou grau de importância. Por isso que o acesso da comunidade escolar às decisões na gestão da escola é fundamental. Quando a participação é de todos, as decisões tomadas favorecem a todos, partindo da real necessidade, ou seja, não há disparidade entre as decisões e a realidade social da escola.
Esse processo, embora tenha iniciado em 1980 a partir de todo contexto histórico aberto a democracia, não é fácil de ser implantado e aceito pelos indivíduos. Durante muito tempo fomos acostumados a acatar ou tomar decisões, o exercício de discutir e compartilhar decisões dentro da escola ainda é uma experiência nova.